Instituto Piano Brasileiro - IPB | Ernestina Índia do Brasil - É segredo! (André Pédico, piano) @InstitutoPianoBrasileiro | Uploaded September 2024 | Updated October 2024, 20 hours ago.
Assine o IPB e receba recompensas novas todos os meses:
catarse.me/InstitutoPianoBrasileiro
É segredo!, polca de Ernestina Índia do Brasil, interpretada por André Pédico.
Ernestina Índia do Brasil [Brazil] Guimarães foi uma compositora ativa no final do século XIX e início do século XX, destacando-se no cenário musical brasileiro de seu tempo. Ela foi aluna do maestro Miguel Cardozo e, assim como outros compositores de sua geração, esteve fortemente ligada à vida musical do Rio de Janeiro. Embora poucos detalhes sobre sua vida pessoal sejam conhecidos, sua produção musical foi diversa e prolífica, com composições que exploraram gêneros populares e de dança que eram apreciados no Brasil daquela época.
Dentre suas obras, encontram-se várias polcas, valsas, quadrilhas e schottischs, gêneros que faziam parte do entretenimento social. Entre suas principais composições, destacam-se Harmonia Celeste (1881), uma valsa, e Esperança (1882), uma quadrilha. Suas criações foram publicadas e tocadas em eventos, mostrando sua presença contínua no ambiente musical brasileiro, muitas vezes em diálogo com as tendências e demandas culturais do fim do Império e início da República no Brasil.
A carreira de Ernestina também reflete um momento de transição no qual a música de salão e de dança ocupava um papel importante na vida urbana, particularmente no Rio de Janeiro. Suas obras combinam elementos populares com uma escrita refinada para o piano, o que as tornava acessíveis ao gosto das elites e do público em geral. A compositora parece ter mantido uma linha criativa constante ao longo de sua carreira, sem perder a sofisticação que caracterizava a escrita pianística da época.
A polca É segredo! foi publicada em 1874, e reflete o estilo leve e animado que Ernestina frequentemente empregava em suas composições para piano. Polcas, como essa, eram extremamente populares nos saraus e bailaricos da época, e a peça combina uma melodia cativante com uma estrutura rítmica pulsante, típica desse gênero. A obra é um exemplo claro de como Ernestina se inseria na tradição musical da época, ao mesmo tempo em que contribuía com seu estilo próprio para o repertório de música de salão.
Ernestina Índia do Brasil continuou sua produção musical até o início do século XX, com publicações que marcaram sua trajetória até pelo menos 1903. Não se sabe quando ela faleceu, embora estima-se que seja por volta de 1930. Sua contribuição ao cenário musical brasileiro, particularmente nas décadas de 1880 e 1890, é uma amostra da vitalidade cultural da época, da qual ela foi contemporânea de outras compositoras como Chiquinha Gonzaga. Suas peças para piano permanecem como parte importante do repertório brasileiro desse período, que ainda precisa ser redescoberto.
--
Nossos agradecimentos a André Pédico por aceitar realizar a primeira gravação mundial da versão original para piano desta música.
Edição das imagens: Douglas Passoni de Oliveira
Curadoria da série "Por dentro das partituras" e montagem do vídeo: Alexandre Dias
Assine o IPB e receba recompensas novas todos os meses:
catarse.me/InstitutoPianoBrasileiro
É segredo!, polca de Ernestina Índia do Brasil, interpretada por André Pédico.
Ernestina Índia do Brasil [Brazil] Guimarães foi uma compositora ativa no final do século XIX e início do século XX, destacando-se no cenário musical brasileiro de seu tempo. Ela foi aluna do maestro Miguel Cardozo e, assim como outros compositores de sua geração, esteve fortemente ligada à vida musical do Rio de Janeiro. Embora poucos detalhes sobre sua vida pessoal sejam conhecidos, sua produção musical foi diversa e prolífica, com composições que exploraram gêneros populares e de dança que eram apreciados no Brasil daquela época.
Dentre suas obras, encontram-se várias polcas, valsas, quadrilhas e schottischs, gêneros que faziam parte do entretenimento social. Entre suas principais composições, destacam-se Harmonia Celeste (1881), uma valsa, e Esperança (1882), uma quadrilha. Suas criações foram publicadas e tocadas em eventos, mostrando sua presença contínua no ambiente musical brasileiro, muitas vezes em diálogo com as tendências e demandas culturais do fim do Império e início da República no Brasil.
A carreira de Ernestina também reflete um momento de transição no qual a música de salão e de dança ocupava um papel importante na vida urbana, particularmente no Rio de Janeiro. Suas obras combinam elementos populares com uma escrita refinada para o piano, o que as tornava acessíveis ao gosto das elites e do público em geral. A compositora parece ter mantido uma linha criativa constante ao longo de sua carreira, sem perder a sofisticação que caracterizava a escrita pianística da época.
A polca É segredo! foi publicada em 1874, e reflete o estilo leve e animado que Ernestina frequentemente empregava em suas composições para piano. Polcas, como essa, eram extremamente populares nos saraus e bailaricos da época, e a peça combina uma melodia cativante com uma estrutura rítmica pulsante, típica desse gênero. A obra é um exemplo claro de como Ernestina se inseria na tradição musical da época, ao mesmo tempo em que contribuía com seu estilo próprio para o repertório de música de salão.
Ernestina Índia do Brasil continuou sua produção musical até o início do século XX, com publicações que marcaram sua trajetória até pelo menos 1903. Não se sabe quando ela faleceu, embora estima-se que seja por volta de 1930. Sua contribuição ao cenário musical brasileiro, particularmente nas décadas de 1880 e 1890, é uma amostra da vitalidade cultural da época, da qual ela foi contemporânea de outras compositoras como Chiquinha Gonzaga. Suas peças para piano permanecem como parte importante do repertório brasileiro desse período, que ainda precisa ser redescoberto.
--
Nossos agradecimentos a André Pédico por aceitar realizar a primeira gravação mundial da versão original para piano desta música.
Edição das imagens: Douglas Passoni de Oliveira
Curadoria da série "Por dentro das partituras" e montagem do vídeo: Alexandre Dias
